Erro #2 – Não ver o conteúdo como a chave do sucesso no Facebook
Nesta parte, a palestrante entrou em detalhes que já podem ser mais facilmente extrapolados para gerentes de páginas e não de perfis.
Camila Porto propõe que se entenda que Facebook Marketing não é postar conteúdo, simplesmente, de x em x tempo (mais abaixo, ela desenvolve este tema).
Como exemplo, ela fala da página MyGloss, que define o sucesso da sua presença digital, nas palavras de Rodrigo Stocco, CEO e fundador da marca, nestes termos: “Nossa página faz sucesso porque não nos limitamos a divulgar nossos produtos.”, algo a que já fizemos referência na página anterior.
Na mesma linha, a oradora refere a presença digital da Burberry no Facebook: é uma página com mais de 15 milhões de seguidores (mais de 18 milhões, à data da publicação desta reportagem, na realidade).
Sendo uma marca de classe A (alto poder aquisitivo) ela extrapola que será de esperar que nem todos sigam a página por causa dos produtos apenas, porque ao não os poderem comprar, não veriam qualquer interesse nisso.
[A conferencista parece não levar em conta que as pessoas seguem marcas por elas serem também aspiracionais ou não haveria qualquer razão de ser para a contrafacção: não nos esqueçamos que as pessoas gostam de sonhar e seguem marcas, mesmo que não as possam adquirir.]
O que justificaria tal interesse – e o que dissemos não tira razão ao seu argumento – teria mais a ver com a postura da própria marca no Facebook, que se define pelo mote “Empresas de sucesso não usam as fan pages como um panfleto. Elas prestam um serviço”. E, isto, é algo com que concordamos a 100%. Mas isto obtém-se através não só da atitude, mas também do próprio conteúdo fornecido. E…
Tudo é conteúdo
Usando a Fanta, a Microsoft , Tok & Stock como exemplo, Camila Porto lembra-nos que tudo – desde a imagem de capa e de perfil até ao que é postado na timeline propriamente dita – é conteúdo e deve estar alinhado com a identidade da marca.
Ainda sobre as imagens, ela oferece uma nota sobre a importância das dimensões e qualidade correcta das imagens.
Dicas para engajamento
Para evitar que a página seja apenas um simples panfleto, mais uma vez
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Incentive a criatividade do seu seguidor
Apresente desafios ao seguidor, como brincar com o nome da marca ou introduzir actividades participativas, como pedir uma legenda para uma imagem. Sobre esta questão – algo que deve ser transversal – procurar manter a relevância da postagem e não procurar engajamento por engajamento. Fotografias de gatinhos ou bebés, se fora de contexto, não têm qualquer interesse para a construção da marca na plataforma.
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Inspire um objectivo
Trate os seguidores da sua página como uma comunidade. Explore os valores comuns. Veja a imagem de capa da Portugal Inspira-nos, que transpira essa ideia de comunidade unida por valores partilhados.
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Converse com o seu seguidor ou responda às suas dúvidas
Aqui, ela usa o exemplo da Starbucks e da sua própria página – nós usamos exemplos Portugueses, para ajudar o leitor a contextualizar estes conteúdos na sua própria realidade e para não serem só exemplos estrangeiros. Como podemos ver, cá também há bons profissionais e a imagem acima dá claro exemplo disso.
Interaja com o seu público, faça sentir que há uma pessoa real que está do lado da presença digital e crie humanidade nessa interacção. Tal como a Starbucks, chegue ao ponto de provocar a conversa, fazendo perguntas. Incentive as pessoas a participar.
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Comemore datas especiais
Procure (por exemplo, no Google) efemérides a celebrar , que sejam relevantes para o seu negócio e para as tribos que o seguem. Veja, por exemplo, o nosso post, com a marca especial de vir integrado nas comemorações do segundo aniversário do blogue.
Camila Porto ainda sugere a leitura do ebook gratuido “22 dicas de Conteúdo no Facebook” da sua autoria (o link aponta para o download directo do mesmo.
Erro #3 – Não aproveitar o feedback dos seus fãs
Camila Porto cita Marcelo Trevisani para reiterar a sua ideia que Facebook Marketing é mais que limitar-se a postar alguma coisa.
A DNA Natural, marca citada pela oradora, diz: “Metade das decisões […] é baseada no que nossos seguidores escrevem em nossa fan page. Dedico 3 horas a isso e me sinto como se estivesse sentada numa mesa conversando com meus clientes”
A perspectiva de passar três horas diárias à volta do Facebok assusta naturalmente qualquer empresário. Claro que a dimensão da marca pode justificar tal investimento, especialmente se o feedback que está a receber é valioso. Acima de tudo, ter pouco feedback é, antes de mais, sinal que o conteúdo não está a engajar – o que faz entender que deve ser feita uma análise mais profunda ao porquê de isso acontecer.
Já se há feedback mas não estamos a aproveitá-lo, estamos a perder oportunidades de obter informações valiosas. Lembre-se, leitor, dos exemplos acima mostrados.
Pode ser difícil entender a intervenção do público como positiva, por vezes: custa ser criticado e é mais fácil pensar que as pessoas estão a fazer por falta de conhecimento ou boa vontade, mas não é o alinhamento mental certo. O que as pessoas dizem sobre a nossa marca pode ser uma oportunidade única de perceber como estamos realmente a ser percepcionados e em que podemos melhorar.
Conclusão
Acima de tudo e sintetizando a conferência, ter um bom planeamento sobre como estar no Facebook e entender que é algo que dá trabalho, é fundamental. Manter uma estratégia baseada em conteúdo relevante (descentrado da venda pura e dura), mas também em comunicação directa com o público de seguidores, são princípios fundamentais para colher bons frutos do Facebook. É impossível não estar nele, mas é possível sempre, com muito esforço e dedicação, fazer sempre melhor.
A próxima conferência a ser libertada é do Paulo Colaço, com o nome “Escrever discursos: passar a mensagem“. Subscreva agora, para poder receber as notas desta e das restantes conferências que iremos cobrir.